A Internacional



A Internacional, 2009
Gira-discos, amplificador, colunas, vinil,
mostrador de relógio, som (loop).
Apresentado na exposição "Está a morrer e não quer ver" comissariado por José Maia no Espaço Campanhã. Porto, Abril 2009.

The Internationale, 2009
Record player, amplifier, speakers, 7 inch record,
clock display, sound (loop).

Shown at "Está a morrer e não quer ver" curated by José Maia at Espaço Campanhã. Porto, April 2009.


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Está a morrer e não quer ver

Espaço Campanhã
11.04>01.05.2009


Ana Deus, André Cepeda, André Sousa, António Caramelo, António de Sousa, Arlindo Silva, Beatriz Albuquerque, Carla Filipe, Carlos Noronha Feio, César Figueiredo, Cristina Regadas, Der Fehler, Eduardo Matos, Fidalgo de Albuquerque, Francisco Eduardo Roldão, Isabel Ribeiro, Israel Pimenta, João Marçal, José Almeida Pereira, Luís Figueiredo, Manuel Santos Maia, Marco Mendes, Mauro Cerqueira, Miguel Carneiro, Nuno Ramalho, Paulo Mendes, Pedro Magalhães, Rita Castro Neves, Samuel Silva + Bolos Quentes, Sónia Neves, Vera Mota, Teixeira Barbosa.
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25 de Abril, (Dia da Revolução,) às 18H30
Concerto “Hinos para a Europa dos 27” por Marçal dos Campos
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Comissário: José Maia

Espaço Campanhã
Rua Pinto Bessa 122 – Armazém 4. (atrás do BANIF) _ 4300-472 Porto
Visitas por marcação: 912897580 / linha1@plataformacampanha.com

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Lengalonga
(letra de Regina Guimarães, voz de Ana Deus)

Self made coisa e tal
fabricante de bandeira
kit-kat do capital
luna parque de fronteira.
Falocrata à paisana
pico pico saramico
sanduiche americana quem te deu tamanho bico
CEE tem-te não caias
cala e come a tua mão
menino saia das saias
homem não se quer chorão.
Ai não queres adeus viola
quem pode não sai de cima,
da foda não reza a escola
muito perdoa quem rima.

Muita carne de terceira
com molho tudo se engole.
Pergunta à alternadeira
se a moral não anda mole.
Central talvez nuclear
guerra sempre preventiva
gasolina pró jantar
que a gente em nada se priva.

Era uma vez um país
à beira mar chamuscado
porque Deus assim o quis
de cinza e negro pintado.
Era uma vez uma terra do lá vem um
lá vão dois
onde a carroça se enterra
terão de passar os bois.

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra
a gente ladra ao luar, mas à luz do sol não ferra.

Gira lá roda da sorte
gosto de ouvir-te chiar
pois do berço até à morte
me deixarei embalar.
Caluda bolinha baixa
o Salazar é que era
o povo a toque de caixa
nesses tempos
quem me dera.
Futebol de canapé
nossa senhora da bola
tenho medo e tenho fé
cerveja com muita gola.
Ó Senhora dos parolos que fazes lá na azinheira
precisamos é de golos e missa futeboleira.

Se é pobre é porque tem culpa
se é preto tira-lhe a tosse
se é puta que pague a multa
e se é puto antes não fosse.
Se é bicha jaula com ela
se é bicho atira a matar
se é jovem não lhe dês trela
se é cota não tem lugar
se é doente já não presta
se é carente compre um cão
se é urgente não tem pressa
se caiu deixa-o no chão.

Rebéubéu
pardais ao ninho
Portugal engole sapos,
no sotão só macaquinhos
na cave gatos sapatos.

Nem tanto ao mar nem tanto à terra
a gente ladra ao luar mas à luz do sol não ferra.